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Sonhos Repetidos: 7 Significados Reveladores na Psicanálise

Sonhos Repetidos: 7 Significados Reveladores na Psicanálise

Introdução

Você já se perguntou o que significa ter sonhos repetidos? Ou se isso é algo comum? Na psicanálise, os sonhos são muito mais do que simples imagens noturnas: são expressões profundas do inconsciente. Quando um sonho se repete, ele está tentando dizer algo – e entender essa mensagem pode ser transformador.

Neste artigo, vamos explorar o significado dos sonhos repetidos à luz da teoria psicanalítica, trazendo conceitos de Freud, Lacan e a clínica contemporânea. Prepare-se para mergulhar no universo simbólico do inconsciente e descobrir por que certos sonhos insistem em voltar noite após noite.

1. O que são sonhos repetidos

Os sonhos repetidos são aqueles que se manifestam com temas, imagens ou situações semelhantes de forma recorrente. Diferentemente dos sonhos simbólicos e fragmentados, esses sonhos geralmente apresentam cenas realistas e vívidas, muitas vezes ligadas a eventos traumáticos.

Segundo Freud, ao contrário da ideia de que o sonho visa apenas o prazer (princípio do prazer), os sonhos repetitivos muitas vezes trazem sofrimento. Isso o levou a desenvolver o conceito de pulsão de morte. Assista à análise completa neste vídeo: Por que os sonhos se repetem? – Aula no YouTube

2. A linguagem dos sonhos: condensação e deslocamento

Freud destacou dois mecanismos fundamentais nos sonhos: condensação (junção de múltiplos elementos em um só) e deslocamento (transferência de sentido). Lacan os associou à metáfora e metonímia, respectivamente.

Entretanto, nos sonhos repetitivos, esses mecanismos tendem a desaparecer. O sonho se apresenta “cru”, sem disfarces, como se revivesse uma cena real. Isso revela uma ruptura entre a experiência psíquica e a capacidade simbólica de representá-la.

3. Repetição como tentativa de elaboração do trama

Um dos conceitos-chave é o de compulsão à repetição, proposto por Freud em “Além do Princípio do Prazer”. Essa compulsão manifesta-se como uma tentativa de elaborar simbolicamente aquilo que não pôde ser simbolizado no momento do trauma.

Quando o sujeito não consegue integrar psiquicamente um evento, o trauma retorna – seja em atos falhos, sintomas ou sonhos recorrentes. O sonho repetido é, assim, uma tentativa fracassada (mas insistente) de “consertar” o trauma.

4. O gozo e o masoquismo no sonho repetido

Freud identificou no masoquismo uma busca de prazer na dor. Lacan amplia essa noção com o conceito de gozo – um prazer além do princípio do prazer, ligado à repetição e à dor psíquica.

Nos sonhos repetitivos, o sujeito se vê aprisionado em uma cena que o faz sofrer, mas da qual não consegue se desvincular. Há ali um gozo que o mantém ligado ao trauma, mesmo que conscientemente deseje o contrário.

5. O olhar do Outro e a constituição do sujeito

A repetição dos sonhos também pode estar ligada ao desejo do Outro – especialmente da mãe, figura primordial na constituição do sujeito. O bebê é investido como objeto de desejo, o que estrutura sua identidade, mas também o coloca em uma posição de sujeição.

Esse olhar do Outro marca profundamente a subjetividade, e o sonho pode ser o palco onde o sujeito revive a relação com esse olhar originário, buscando libertar-se ou repeti-lo indefinidamente.

6. Realidade psíquica e a verdade do sujeito

Na psicanálise, o que importa não é a realidade factual, mas a realidade psíquica. Um evento pode não ter sido “grave” objetivamente, mas se foi vivido como traumático, tem um peso psíquico real.

Os sonhos repetidos falam dessa verdade subjetiva. Revelam o que o sujeito não sabe que sabe – conteúdos inconscientes que insistem em retornar até serem escutados e elaborados. Se você se interessa pelo tema dos sonhos, não deixe de conferir este artigo complementar: O significado dos pesadelos na psicanálise

7. Quando o sonho se repete: sinal de que algo precisa ser simbolizado

Se um paciente relata sonhos repetidos, o analista deve escutar o que ali não pôde ainda ser simbolizado. A repetição indica que algo ficou à margem da linguagem, à espera de elaboração.

A clínica nos mostra que, quando o sonho finalmente se transforma – muda a cena, o desfecho ou deixa de acontecer – é sinal de que o sujeito conseguiu dar um novo sentido àquela vivência. O sonho deixa de repetir quando o trauma encontra palavra. Quer se aprofundar ainda mais? Leitura complementar.

Considerações finais

Ter sonhos repetidos não é apenas normal, é clínico. Eles revelam a insistência do inconsciente em ser ouvido. Na prática analítica, são preciosos: abrem caminhos para acessar conteúdos recalcados, traumas não simbolizados e posições subjetivas enraizadas na infância.

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