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Por que repetimos as mesmas dores? Um olhar psicanalítico

Pessoa introspectiva olhando pela janela, representando a repetição de dores emocionais e o desejo de compreensão psicanalítica

Você já se perguntou por que, mesmo com tanta consciência, estudo e análise, ainda repetimos os mesmos padrões? Por que repetimos as mesmas dores, mesmo sabendo que elas nos machucam? Esse é um dos questionamentos mais profundos da clínica psicanalítica — e talvez um dos mais humanos também.

Neste artigo, vamos explorar os caminhos inconscientes que nos levam a reviver situações, vínculos e frustrações que já conhecemos. Não por masoquismo, mas por um movimento estrutural do psiquismo. E mais: vamos convidar você, psicanalista, a refletir junto conosco como transformar essas repetições em abertura para o novo.

O que a psicanálise chama de repetição?

Para a psicanálise, especialmente na obra de Freud e Lacan, a repetição não é uma falha de caráter, mas uma estrutura do sujeito. Freud já nos mostrava, em textos como “Recordar, repetir e elaborar”, que repetir é, muitas vezes, o modo como o sujeito tenta recordar o que não pôde simbolizar.

Repetimos para elaborar. Repetimos até conseguir dizer. Repetimos, inclusive, na transferência — seja na vida, seja na clínica.

A repetição como defesa

Quando algo é traumático ou marcado por dor psíquica, o inconsciente pode fixar aquela cena ou emoção como um “nó” que não foi desatado. Assim, a repetição surge como uma tentativa de dominar retroativamente aquilo que escapou ao simbólico.

Por isso, repetimos as mesmas dores, pessoas, padrões de relacionamento, fracassos, abandonos, medos… O cenário muda, mas a lógica interna se mantém.

“O sujeito está sempre na mesma cena — apenas troca os atores.”
(Lacan, seminário 11)

Mas afinal, por que repetimos as mesmas dores?

Porque há, nesse retorno ao conhecido, um gozo inconsciente. Um prazer que se esconde sob o sofrimento. A repetição muitas vezes nos coloca num lugar de familiaridade que, embora desconfortável, ainda é “nosso”.

Além disso, o sujeito busca no Outro a confirmação de uma imagem de si mesmo construída desde cedo: “sou rejeitado”, “sou insuficiente”, “sou o que não foi visto”. Repetir essa dor é uma forma inconsciente de manter essa narrativa viva — e reconhecível.

A repetição como produção de subjetividade

A clínica nos mostra que repetir também é uma forma de existir. O sujeito que repete está tentando narrar sua história com o que tem — mesmo que repita a cena do trauma. Nesse sentido, a análise não vem para cortar a repetição, mas para dar a ela uma nova leitura.

É quando o analisante diz: “não quero mais isso pra mim”, que a escuta analítica pode operar uma torção — um deslocamento subjetivo.

Como a escuta psicanalítica atua na quebra dos ciclos?

Não há uma solução linear. O que há é processo, elaboração, tempo e transferência. O analista, ao ocupar o lugar de escuta, sustenta o espaço onde o sujeito pode dizer — e, aos poucos, construir outro modo de desejar.

Esse trabalho não é apenas clínico. É ético. É político. É humano.

Quando a teoria se conecta com a formação

Se você é psicanalista ou estudante de psicanálise, sabe que a repetição também nos atravessa na formação. Repetimos textos, revisitamos casos, retornamos aos conceitos fundamentais — não por falta de conteúdo, mas porque o saber se dá pela reinterpretação constante.

Por isso, criamos um espaço especialmente pensado para aprofundar esses ciclos, rever os mestres, e ampliar sua escuta: a OrlandoFlix.

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Na OrlandoFlix, você encontra:

  • Cursos exclusivos sobre Freud, Lacan e temas clínicos;
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  • Aulas sobre estrutura, repetição, desejo e sintoma;
  • Material formativo, dinâmico e acessível;
  • Uma comunidade de escuta e troca.

Se você deseja compreender ainda mais os mecanismos das suas repetições (e também dos seus pacientes), esse é o próximo passo.

A repetição na transferência e na vida

Assim como na análise, a vida nos traz a repetição em forma de reencontros com a dor. Mas isso não precisa ser visto como fracasso. Cada repetição pode ser uma chance de novo sentido.

Se escutamos diferente, podemos agir diferente. E nesse movimento, o que era dor pode se tornar travessia.

Conclusão: repetir é humano, elaborar é psicanalítico

Repetimos porque há algo ali que ainda pulsa. Mas isso não nos condena. Pelo contrário: nos dá uma trilha para seguir.

A psicanálise nos convida a olhar para a repetição não como um erro, mas como uma produção. Um texto inacabado que só precisa ser reescrito com escuta, tempo e desejo.

Se esse texto tocou algo em você, não ignore. Compartilhe. Reflita. E se aprofunde. A psicanálise é, acima de tudo, um convite ao cuidado com a escuta — consigo e com o outro.

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