Queremos o que desejamos? Em nossas contradições e em nossos atos falhas deixamos escapar o que queremos de fato. Olhar as intenções de nossos atos, focarmos naquilo que de fato intencionamos parece ser a chave para não nos enganarmos a nós mesmos. Quando provocamos alguém, insultamos, agregamos, apaixonamos, por meio destas linguagens subjazem falas impronunciáveis.
O processo analítico desnuda essas falas. Isso assusta alguns que temem serem descobertos como HUMANOS, pessoas que não são completas e em suas imperfeições buscam uma formam de compensar por meio do sofrimento. Gilberto Safra, ao falar sobre o sofrer, o atribui freudianamente ao ato do neurótico. O doente não sofre!!! Daí retornamos a Forber: Queremos o que desejamos? Ao buscarmos não sofrer, desejamos adoecer. O Doente é o louco!!! De fato queremos ser loucos? Pensemos nisso: sofrer dói, mas é uma forma de vivenciarmos nossa dor, que precisa ser expressada.
Na análise, expressamos a dor e por isso não precisamos somatizá-la!! Se está sofrendo, procure um analista e permita-se descobrir o que de fato quer!! Um dia uma paciente me disse que não suportava mais sua mãe. Perguntei: se ela morrer é melhor? Ela disse enfaticamente: Nunca! Amo minha mãe! Desejava a morte da mãe , mas não suportava a culpa desse desejo!! As dores e depressão vinham como compensação, castigo pelo desejo horroroso de matar a mãe! Tirar seu sofrer era aleijá-la. Ela precisava não de parar de deprimir, mas de entender o que desejava e o que queria!!